Um novo estudo publicado na revista Neurology lança dúvidas sobre a eficácia das injeções de esteroides para o tratamento de dores nas costas, um procedimento comum e dispendioso. A pesquisa sugere que esse método pode não ser mais eficaz do que injeções de placebo, levantando questões importantes para médicos e pacientes.
Principais descobertas:
O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Washington, analisou dados de 54 ensaios clínicos envolvendo mais de 5.000 pacientes. Dr. Steven Cohen, principal autor do estudo, afirma: “Nossos resultados sugerem que os benefícios das injeções de esteroides para dor nas costas podem ter sido superestimados.”
- As injeções de esteroides não demonstraram superioridade significativa em relação ao placebo;
- O alívio da dor foi semelhante entre os grupos que receberam esteroides e placebo;
- Os benefícios observados podem ser atribuídos ao efeito placebo ou à regressão natural da dor.
Implicações para a prática médica:
A descoberta coloca em xeque uma prática amplamente utilizada no tratamento de dores nas costas. Estima-se que milhões de injeções de esteroides sejam administradas anualmente nos Estados Unidos, com custos significativos para o sistema de saúde.
Dr. James Rathmell, anestesiologista da Escola de Medicina de Harvard, não envolvido no estudo, comenta:
“Esses resultados nos obrigam a reconsiderar nossas abordagens atuais e buscar alternativas mais eficazes e baseadas em evidências.”
O que isso significa para os pacientes?
Pacientes com dores nas costas devem discutir cuidadosamente as opções de tratamento com seus médicos. Alternativas como fisioterapia, exercícios e medicamentos orais podem ser consideradas antes de optar por injeções de esteroides.
Próximos passos
Os pesquisadores enfatizam a necessidade de mais estudos para identificar subgrupos de pacientes que possam se beneficiar mais das injeções de esteroides. Enquanto isso, a comunidade médica é instada a reavaliar as diretrizes de tratamento para dores nas costas à luz dessas novas evidências.
Esta pesquisa destaca a importância contínua de questionar práticas médicas estabelecidas e buscar tratamentos mais eficazes e econômicos para condições crônicas como a dor nas costas.
